Aldo Baldin - uma vida pela música: Trajetória extraordinária do maior tenor brasileiro ganha versão nos cinemas

O premiado curta metragem com direção de Yves Goulart estreia em 31 julho.

CINEMA

7/11/20254 min read

Aldo Baldin dando autógrafos em uma das récitas fora do país - Acervo pessoal

O filme "Aldo Baldin - uma vida pela música", dirigido por Yves Goulart, faz "justiça" ao colocar uma lupa neste personagem tão rico que merece todo o reconhecimento. Aldo Baldin, um dos principais tenores brasileiros a ganhar o mundo e angariar o mais disputado prêmio da indústria fonográfica: o Grammy, 1981, embora o artista seja desconhecido no Brasil, ele gravou mais de cem discos e tornou-se uma figura reverenciada no meio musical internacional – especialmente na Alemanha, onde fixou residência e construiu parte significativa de sua carreira. Se estivesse vivo, o premiado tenor, completaria 80 anos neste ano. A produção conta com a participação de grandes nomes da música como o maestro Isaac Karabtchevsky, a pianista Lilian Barretto, o compositor Edino Krieger e os cantores Maria Lucia Godoy e Fernando Portari. A estreia da obra cinematográfica será dia 31 de julho nos cinemas.

De Urussanga, pequena cidade catarinense onde cresceu entre paisagens rurais e uma vida simples, até os palcos mais cobiçados da Europa, a trajetória do tenor Aldo Baldin é um capítulo brilhante – e pouco conhecido – da música de concerto brasileira. Premiado em mais de 20 festivais pelo Brasil e no exterior, o filme desvenda a ascensão deste artista que, com sua voz límpida e técnica impecável tornou-se sinônimo do belo canto. A narrativa acompanha desde os primeiros anos de Baldin, mergulhando em suas raízes familiares e na paixão precoce pelo canto, até o reconhecimento global, quando passa a dividir o palco com lendas como o maestro alemão Helmuth Rilling, seu parceiro em 45 gravações, e o britânico Sir Neville Marriner, com quem conquista o Grammy em 1981 pela interpretação de "A Criação", de Haydn.


Capa do disco premiado com os três solistas gravando em Londres – jan 1981

O longa conta com depoimentos emocionados de quem conviveu com o tenor: o maestro Isaac Karabtchevsky, a pianista Lilian Barretto, o compositor Edino Krieger e os cantores Maria Lucia Godoy e Fernando Portari compartilham memórias que revelam não apenas o músico excepcional, mas o homem por trás da arte – dedicado, amigo, generoso e profundamente ligado às suas origens.

Mais do que um tributo, o documentário é um reencontro com um legado artístico que merece ser redescoberto. Para os amantes da música de concerto, é uma chance única de entender a dimensão de um brasileiro que elevou o nome do país no cenário erudito internacional. Para o público geral, uma oportunidade de se encantar com a história de um menino do interior que, com talento e persistência, tornou-se artisticamente imortal.

“Chegou a hora de compartilhar com o público brasileiro a biografia do tenor Aldo Baldin. Desejo que o documentário encante não apenas os amantes da música, mas também aqueles que vão descobrir os encantos desse talento nato e inesquecível. Baldin representa o lado bom e criativo da alma brasileira! Eu acredito que o público vai celebrar esse trabalho com respeito e admiração que esse grande artista merece” – afirma o premiado diretor do filme Yves Goulart.


Yves Goulart com Maria Lúcia Godoy – durante a filmagem

Para Irene Flesch Baldin, viúva de Baldin, o filme diz muito sobre a história de vida do artista. “Se me perguntarem por que fazer um documentário sobre Aldo Baldin, eu responderia: ‘Porque ele foi, em alguns pontos, um cantor diferente e especial, principalmente por ter nascido em um lugar bastante simples, um lugar que a gente nunca imaginaria que de lá sairia um tenor lírico que cantasse Mozart, Bach, Rossini e Beethoven, com todos os estilos que exigem esses compositores. Para mim, como violinista, é surpreendente como ele tinha tamanha inteligência musical que, com certeza, era um dom divino”. E completa: “Sua curta vida foi muita intensa como cantor e professor catedrático. Neste ano de 2025, em que Aldo completaria 80 anos, o lançamento do documentário é uma oportunidade ímpar para reconhecermos esse tenor brasileiro. O seu desejo de fazer um livro acabou se tornando um filme, onde podemos ouvi-lo, vê-lo e senti-lo através de sua voz. Ele, com certeza, estaria muito feliz com esse filme! Aldo sempre me dizia que ‘só faz carreira quem tem uma chama muito grande e quem ama extremamente aquilo que faz’. E ele realmente amava o canto. O público brasileiro merece conhecer a história de resiliência de Aldo Baldin, que construiu uma linda carreira. Ele também é parte do Brasil. Baldin é inspiração para jovens que querem seguir não só a sua profissão, mas qualquer outra carreira artística” - destaca Irene Flesch Baldin.