O Brilho do Conhecimento

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Com uma trajetória que une formação no Istituto Europeo di Design e especialização em Cool Hunting, a joalheira Andrea Cravo se destaca no mercado pela visão abrangente, que transita da criação de coleções para grandes varejistas ao desenvolvimento de marcas próprias. Atualmente focada em consultoria para o desenvolvimento de coleções com identidade, Cravo compartilha seu conhecimento e paixão em seu projeto, o Atlas da Joalheria, um grupo de estudos dedicado a desvendar a história, o presente e as infinitas possibilidades futuras do setor.

Em entrevista ao Sarau de Grã Finos, a especialista aborda a complexidade do mercado, a importância do aprendizado contínuo e a necessidade de clareza no processo de compra de uma joia. A coolhunting mantém uma newsletter onde os apaixonados pelo universo da alta joalheria podem obter insights sobre este segmento. No grupo de estudos Andrea direciona mais especificamente para o guia essencial sobre certificações, diamantes e o futuro do design de joias, que caminha para ser cada vez mais personalizado.

Sarau de Grâ Finos: Conte-nos um pouco sobre a sua trajetória profissional. Como se deu a sua formação e quais foram os marcos da sua carreira até aqui no universo da joalheria?

Andrea Cravo - Sou joalheira formada pelo Istituto Europeo di Design com especialização em Cool Hunting. Desde que me graduei sempre busco estudar para me manter atualizada, mas além disso, não deixar de fazer contatos. Eu diria que meus maiores pontos de aprendizado dentro da joalheria foram: ter trabalhado dentro de uma indústria de joias criando coleções e atendendo varejistas de todo porte e a experiência de ter um negócio próprio atendendo diferentes demandas regionais foram uma grande escola para minha carreira.

Sarau de Grã Finos: Você mantém uma newsletter dedicada ao universo da joalheria. Como é o processo de transformar um tema tão específico e luxuoso em conteúdo informativo e acessível? Quem é o público ideal desta newsletter e o que ele pode esperar ao se inscrever?

Andrea Cravo - Procuro sempre ter em mente que a joalheria é uma área naturalmente restrita, então o meu maior objetivo é apresentar assuntos que não conseguimos ter acesso facilmente. Também acho muito importante falar sobre as diferentes frentes do mercado, dentro disso podemos pensar em design, produção, negócios, tendências e qualquer assunto que se relacione com a área.

Sarau de Grã Finos: Você possui ou está envolvida na criação de uma marca própria de joias? Se sim, qual é a filosofia ou a proposta de valor que a diferencia no mercado?

Andrea Cravo - Hoje não tenho mais, meu trabalho atualmente é ajudar joalherias a desenvolverem coleções dentro de suas identidades de marca. Em dois momentos diferentes já tive marcas de própria autoria. Nestes casos acho essencial ter clareza de qual é o seu diferencial e como ele se torna comercial.

Sarau de Grã Finos: Para quem está dando os primeiros passos no mundo da joalheria, qual seria a sua principal dica? O que um iniciante deve levar em consideração ao fazer uma boa aquisição, garantindo valor e satisfação a longo prazo?

Andrea Cravo - Se for para adquirir uma joia, meu conselho é sempre ficar atento às certificações e comprar em lojas de confiança. Vejo falta de clareza em algumas marcas e o cliente pode acabar por comprar outros materiais pensando ser ouro. Por isso, é sempre bom checar se a peça tem o carimbo interno com o teor do metal, seja ele 18K ou outra proporção. No caso de gemas naturais, também solicitar o certificado da loja também é bem importante. Pergunte sempre! O objetivo da joia é ser durável, trata-se de um investimento e é muito importante ter segurança na hora da compra.

Sarau de Grã Finos: Em um mercado de tendências, quais são as gemas que você considera verdadeiramente atemporais? E, de maneira mais pessoal, existe alguma 'regra' ou dica para que alguém descubra quais gemas ou cores mais harmonizam e caem bem com o seu tom de pele ou estilo?

Andrea Cravo - O diamante é atemporal no sentido de ser um clássico que sempre terá o seu lugar dentro da joalheria. Acredito que qualquer gema natural tem o seu lugar por pensarmos que todas são únicas e extraídas da Terra - elas nunca deixarão de ter valor. Mas, se tratando de escolhas por estilo, acho que um bom fio condutor é se questionar sobre qual é a gema que cabe mais no dia-a-dia. Se a pessoa é mais neutra, as gemas mais clássicas podem ser uma boa escolha. Se pensarmos em um estilo mais colorido, as pedras inusitadas como a tanzanita por exemplo podem ser uma opção. Sou da opinião de que joia não foi feita para viver na caixa, portanto escolho sempre modelos que eu poderia usar em ocasiões distintas!

Sarau de Grã Finos: Você está lançando um novo projeto, o curso 'Atlas da Joalheria'. Conte-nos um pouco mais sobre essa iniciativa. Qual é o objetivo do curso e o que os alunos podem esperar ?

Andrea Cravo - Sim! No grupo vamos explorar a joalheria olhando para passado, presente e futuro. Veremos o uso e função do adorno desde os primórdios, estudaremos simbologia, olharemos para tendências até as infinitas possibilidades do mercado joalheiro no futuro.